quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Portugal, a presentation that will fill you up :)

Ao fim de 3 meses no estrangeiro, era de esperar que fosse fácil falar sobre o teu país, e de facto é, mas quando tens um tempo limitado e um público incerto, é um tiro no escuro, qualquer coisa que possas apresentar. Descobri, da pior forma que apresentar alguma coisa é como vender um produto: Quanto mais falarmos dele pior, porque mais defeitos revelamos (sim, o legado do Jobs ensinou-me alguma coisa ). A solução passa também por mostrar aos nossos possíveis "clientes" o "produto" e esperar que a nossa "construção" não permita que revelemos as nossas falhas.
Então como apresentar Portugal a 100 pessoas de povos e culturas diferentes? Por um lado, não podes falar de tudo aquilo que devias para Portugal parecer um país em condições ou então acabas por aborrecer as pessoas, por outro, não podes falar de menos, ou então perdes a mística toda e já ninguém te compra o produto. Falta-nos então saber como encontrar o equilíbrio... Bem a fórmula é simples: Pastéis de Bacalhau, Receita Caseira, um copo de vinho do Porto e umas moelas, para acompanhar o bom espírito português que faz todos os cidadãos da Europa de Les... Centro pensarem que nós andamos sempre bêbados.

Resultado: uma bela duma After-FILLUP, à la Portuguesa :)

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Anjos em Olomouc

Olá outra vez... já lá vão uns 100 mil anos desde que aqui escrevi, mas não tenho tido grande tempo, e como agora tenho de estudar e trabalhar, parece-me uma boa altura para falar da minha ida a Olomouc.
Olomouc é uma cidade checa. Tem igrejas, torres, sinos de 50 000 euros. Tem pilares que são património da humanidade mas que ninguém sabe para que são, mercados típicos e também pistas para patinagem no gelo. Ok, até aqui nada estranho, também me perdi lá pelo meio (até agora estou a cumprir o objectivo de me perder em qualquer cidade nova a que vá).
De dia viu-se igrejas e passámos por museus, Namesti Republiky, que é, como sempre, uma paragem obrigatória nos trams de qualquer cidade checa, e também pela enorme praça, que é muito mais bonita iluminada de luzes de natal.
O que me espantou foram os anjos, que em cada esquina que olhava, um espreitava para mim. Ainda bem que não precisei de pestanejar muito :)

Por último só queria deixar aqui, em nota de fim, uma dedicatória especial de Aveiro :D

Já falta pouco :)


quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Uma Praga de Cultura... :)

De todas as coisas que ainda me espantam na República Checa, Praga consegue ser uma surpresa agradável. Primeiro porque é impossível não gostar da cidade: mantém todo o encanto das cidades Checas, construídas e planeadas ao mais ínfimo detalhe para que cada edifício mais banal se encaixe e adapte a todo o monumento ou igreja que se encontre nas vizinhanças, como também concilia aquela multiculturalidade que não é tão notória noutras cidades como Ostrava ou Brno, e claro, tem sempre uma boa vertente de diversão nocturna (mas a isso já lá vamos).
Coisas a não perder: Visitar o Castelo e ver a Rendição da Guarda, que, mesmo presumindo que não tem o mesmo encanto que em Buckingham, é sempre um espectáculo, perder-se nas Igrejas e nas diferentes basílicas e tirar uma foto na Charles Bridge, subir à torre do relógio e ouvir de perto o toque das cornetas, ver a mudança da hora no relógio e saber a história do Powder Gate, visitar os diversos museus (da tortura, dos instrumentos sexuais, do Lego), e passar uma tarde na Praça da Liberdade. Tanta coisa e ainda só falei dos dias.
Nas noites é preciso espírito quente e derreter o bar de gelo, e depois correr todos os 5 pisos da Hlavni Mesto ao som das diferentes músicas. Parar no Hard Rock (obrigatório!) e acabar a noite com um Kebab, que já é de manhã!

Depois o importante é vir a dormir no comboio, que foram 3 dias muito longos :D

sábado, 29 de setembro de 2012

Uma Aventura em Brno...

Sim... Brno, ou Brünn, como era antigamente, ou Brna, como nos estamos a referir a algo sem estar efectivamente a falar para ele (sim já sei algo de checo) ou então, como se deve pronunciar: Brenô (com 'e' mudo), adiante:
Este fim de semana viemos passear a Brno, é a segunda maior cidade da Republica Checa, e tem, provavelmente, a maior distribuição de catedrais por metro quadrado que eu já vi, o que é surpreendente para um país sob influência soviética. Mas o que mais me estranhou de tudo foi a quantidade de culturas e alegorias diferentes que conseguimos encontrar: temos catedrais católicas (mas senhoras Catedrais! daquelas que tem o dobro ou o triplo da altura do resto dos edificios à volta, e claro, com 54 degraus até ao primeiro andar), vimos estátuas de Genghis Khan (os seus dotes também devem cá ter chegado), reparámos em esculturas de Caronte em capelas de ossos, e templos satânicos rodeados de esqueletos, fontes com dragões, arcanjos com espadas de fogo, retratos da fundação de Roma, arraiais de pancada ciganos e também estações de comboio indianas, com comboios de vapor!
Encontrámos bebedos metaleiros com conhecimentos profundos de história nacional e homens sábios e de barbas brancas que nos contou uma história que dava para um livro (e eu só queria saber se o escrevia como biografia ou não, mas isso é conteúdo para outro post).
Para não variar, consegui-me perder numa cidade grande, mas em minha defesa, havia lá um bar de... de... danças exóticas, e os outros foram por ruelas e esqueceram-se de mim (são matemáticas muito dificeis contar até 12)...
Mas pronto, todas estas aventuras já eram de esperar, só pelo inicio da viagem em que nos levantámos às 6h30 da manhã, a um feriado, para apanhar um comboio que parou a meio porque havia cortes de electricidade e tivemos de fazer uns 50km num autocarro que mais parecia uma lata de sardinhas, à conversa com um metaleiro a cheirar a cerveja que rondou temas tão essenciais como Moonspell (sabiam que agora sou chefe de uma claque deles?), Terra Média, e História e Cultura da República Checa...

Mas que grande aventura :D

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Notas soltas, presas com fita-cola

É frequente na República Checa os professores ficarem doentes, e avisarem os alunos no dia em que resolvem estar doentes que não há aulas... Felizmente para todos, um bom aluno tem o hábito de consultar o e-mail pelo menos várias vezes por dia, nomeadamente ao acordar, e não vai para a sala, para esperar pelo professor.
Também é banal, para as pessoas comuns, visitar frequentemente a piscina e também o banho turco, o que explica bastante a capacidade natural que todos tem para processar toxinas várias que são ingeridas na alimentação, mas é justo dizer, que por 30 Kc (~1.20€) à hora, é um preço mais do que razoável para a oferta, comparando com o sempre nosso Portugal.
Mais estranho que tudo, é ser interpelado por várias pessoas perguntando-me no dialecto local, se eu era Checo. Não sei se hei de considerar isso um elogio ou não, mas tendo em conta que não percebo quase nada da lingua deles, acho que ainda me falta muito para ser um checo de verdade, para o bem e para o mal. Ainda assim, ganhei um ponto na Adaptação ao Ambiente Local :)

sábado, 15 de setembro de 2012

Sobre as culturas e as pessoas

Não tenho escrito aqui há já alguns dias, mas tenho estado ocupado com as inscrições na Universidade e com conhecer Stodolni e o resto de Ostrava.

Aqui na Républica Checa há certas coisas que eu sou incapaz de não reparar. Em primeiro lugar há uma grande afluência de loiraças de olhos azuis com grandes decotes, grandes... corações... sim era essa a palavra certa ;)
A segunda coisa que é impossível não reparar é na quantidade enorme de fritos que eles comem, e na ainda maior quantidade de cerveja que eles bebem, é que não consigo mesmo entender como é que eles tem uma esperança média de vida tão alta, tendo em conta que são os reformados que abrem os bares às 3 da tarde, com duas ou três "pivo Radegast" para acompanharem a conversa, e depois desses reformados, aparecem os estudantes, os não-estudantes, os que já foram estudantes e também os que ainda vão ser estudantes, se bem que estes ultimos ainda não bebem com tanta regularidade (só o que está no biberão). Pior para a taxa de mortalidade disto, contribuiem as passadeiras nas estradas, que são completamente inuteis porque os carros não são obrigados a parar. Ainda bem que é um país sem álcool e não há o risco de haver pessoas bêbedas que se esquecem disso...

domingo, 9 de setembro de 2012

Tranquilidade ...

Que dia quente hoje... Perfeito para preparar a nossa estadia, afinal, o que temos e o que precisamos? Comida é sempre bom, mas também é preciso alguns utensílios, e utilitários e consumíveis, a lista básica ia nos 42, ou não fossemos nós geeks, e assim ficaria, mas depois até nos lembrámos de cenas e coisas um pouco menos necessárias e chegámos às 54, e recusámo-nos a passar daí.
Entretanto também descobrimos que temos andado de tram de graça, porque não validamos nada, e também ninguém nos pediu. Estou curioso por saber se nos pedissem alguma coisa como nos abordariam...
Fora isso, também é bom descobrir que o preço das cervejas é linear, cada uma que bebes, fica mais barata, bom negócio.
Falta-nos é resolver o problema dos cartões, diz-se por aí que não somos autorizados a fazer levantamentos... Só espero que isso se resolva até amanhã, ou então ficamos atolados, sem dinheiro para comer, dormir ou viajar.

sábado, 8 de setembro de 2012

Uma aventura para almoçar

Primeiro dia a sério em Ostrava, ou devo dizer Poruba? Não sei, isto ainda é tudo um pouco estranho. Andamos numa demanda para encontrar um centro comercial, para comermos qualquer coisa, felizmente para nós não falamos nada de checo e ninguém fala inglês, oh, espera afinal há uma, um sujeito passou por nós e pediu-nos 5 Korunas em inglês... arrependi-me de não lhas dar só pelo facto de saber algo minimamente compreensível.
Quando finalmente encontrámos um centro comercial, depois de atravessar toda uma cidade comunista (bastante bonita, por acaso), tivemos outro problema: como é que pedimos comida? Felizmente para mim, sou português, e um português nunca passa fome, muito menos quando tem um smartphone com uma aplicação de google translator e sabe meia dúzia de gestos. Fomos bem servidos, e provei mais uma variadade da cerveja local.
Agora vou sair, e só o vou porque fiz brute force ao cadeado da minha mala que convenientemente não tinha o código bem definido.
Já sei dizer galinha, Kureci, e o objectivo para amanhã é explicar o porque de termos um mapa do centro histórico de Estocolmo no nosso quarto...
Oh well, até amanhã

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Praga e as Torres

Chegámos a Praga ontem, ainda não eram 7h e já andamos a conhecer um bocadinho. É uma cidade porreira, com um não-sei-quê de cultural e um certo charme a cada esquina (sim, refiro-me aos 327 bares de strip e eróticos espalhados pela cidade). Edífícios clássicos com uma estátua a ornamentar um ou outro prédio e uma Igreja Enorme rodeada de prédios (nem sei como demos com ela). Aliás, agora é prática comum contarmos torres de igrejas.
Hoje viemos para Ostrava, aqui é que verdadeiramente começa a aventura, até porque é bastante engraçado não existir ninguém a falar inglês. Lá nos engámos para não fugir ao clichê, mas acabamos por chegar a algo com um tecto por cima. Uma noite já está... Faltam mais 103, ou pelo menos, é o que está no calendário...

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Uma saudade em três partes

A noite caíra e preparava-me já para minha viagem, no entanto, como qualquer viagem grande, havia um receio, um medo, um silêncio, e saudade, o pior de tudo era a saudade, aliás, era uma saudade dividida, uma saudade em três partes.
A parte mais óbvia dessa saudade era aquela que ia sentir dos meus pais e amigos, da família em geral, de todos os amigos em particular, em parte era por eles que tinha decidido ir, mas também era por eles que queria ficar, sempre me ensinaram que não devia ter medo, e nunca o tive, e era isso que me motivava a ir, mas que me impelia a ficar.
Fora de mim, existe toda uma cultura, um país, existe o meu Andebol, e as nossas Fainas, a Majestosa Academia e toda uma Aveiro resplandecente, existe a minha praia do Furadouro e também os deliciosos petiscos da nossa cultura, essa era a segunda saudade.
A última saudade não é facilmente notada, mas ressoava nas outras duas, abrangia-a pelas minhas acções, e era minha, apesar de ser dos outros. Eram os pequenos detalhes em cada coisa e pessoa que eu tentara mudar, era aquele toque especial que dava às coisas, tudo isso ia deixar saudade, sei que sim, e por isso esta última levo comigo, sabendo que um dia irei voltar, com a obrigação de fazer melhor que antes.
Não é um adeus, sempre frisei, é um até já :)